sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Viva as armas de brinquedo!

















Maceió, 26/11. Na Tv, reportagem sobre campanha DESARMAMENTO INFANTIL (!?). Coisa interessante né? Mais ainda são as imagens de políticos e autoridades aplaudindo rolo compressor destruir 3.000 espadas thundercats, espadas jedi, pistola de plástico e assustadoras metralhadoras de água. Recordistas de violência, trabalho infantil e analfabetismo destroem brinquedos às vésperas do Natal. Pobres meninos da Favela do Lixão e do Sururu de Capote, quem dera uma espada daquela pra brincar. Surreal Maceió. Patético.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Jr. Black em vermelho, azul e verde


O cantor pernambucano Jr Black (Dj Dolores, Negroove) se lança em vôo solo. O novo disco, RGB, deve sair do forno em breve. Black assuntou comigo sobre o trabalho, rumos da carreira e experiências de sua atuação na música e outras linguagens artísticas como teatro e cinema. Senhoras e senhores, Jr Black!

Marcelo Cabral - Salve Black! O disco vai chamar RGB certo? Pra quando está previsto o lançamento?

Black - Salve, Marcelo! Ok. Estamos na fase orçamentária da prensagem. Em breve ele irá para a fábrica, e aí sairá das nossas mãos, entrando na correria da indústria fonográfica nacional e tal, mas nosso pensamento é de lançá-lo até o final do ano.

MC - A faixa título é um petardo dançante. Baita groove. o disco vai seguir essa linha "dança do antílope africano"? A idéia é essa?

Black - Hahaha! Digamos que o antílope saiu da África para dar um volta em outras savanas. No entanto, minha filosofia musical continua a mesma: Música para divertir, dançar e, eventualmente, no que concerne à condição de letrista, além da ironia e do inusitado, compus umas coisas que tocam temas diversos como o gospel-brodagem, a sensualidade, questionamentos sobre a vida e 'otras cositas más', que quem sacar o disco vai perceber.

MC - Que significa RGB? Como foi o processo de gravação e produção, quem gravou ou participou do disco?

Black - RGB é a sigla em inglês para 'red', 'green' e 'blue' (vermelho, verde e azul), que representa um padrão para a síntese de cores em transmissão eletrônica ou digital. Foi o termo que escolhi para expressar essa nova fase da minha vida, agora solo e mais voltado para a sonzeira que o eletrônico é capaz de fazer, do encontro com novos músicos e de uma visão pluralizada de direcionamentos na carreira.

O processo de composição e gravação foi bastante rápido e colaborativo. Eu me vi inserido mais uma vez num ambiente muito prazeroso de trabalho, onde velhos e novos parceiros deram contribuições bastante valiosas num período de aproximadamente seis meses, contando do fim do inverno no ano passado até o verão de 2009. Agora estamos vivenciando os momentos finais da produção, diga-se de passagem, levada desde o início por outro músico talentosíssimo, que também foi um dos produtores do disco junto ao China e Chiquinho (Mombojó), Homero Basílio.

Além deste caras, participaram musicalmente do disco Felipe S., Marcelo Machado e Vicente Machado (Mombojó), André Édipo e Chico Tchê (ex-Bonsucesso Samba Clube), Dengue (Nação Zumbi), Vitor Araújo, Hugo Gila (Orquestra Contemporânea de Olinda e Academia da Berlinda), Brig82 e Diogão (Pescoço Colorido), Chaps (Albuquerque) e as meninas Catarina Dee Jah e Cláudia Beija... Além disso, ainda tive as chegadas visuais e gráficas de Justino Passos e foto de Marcelo Lyra, e mais uma pá de colaboradores geniais além-disco, como Diogo Guedes, da A Banda de Joseph Tourton, no myspace, Pedro Escobar e André Nunes (Fim de Feira) no vídeo e mais... e por quem sou muito grato.

MC - Depois do Negroove, você trabalhou como vocalista do Dj Dolores, tocou no Brasil e na Europa com ele, como tem sido essa experiência?

Black - Tem sido bastante engrandecedora e saudável. Existe um patamar no universo DJ Dolores onde se leva muito trabalho para chegar e manter. Fazer parte desse momento representa um crivo bastante significativo para a manutenção de um todo que é a minha carreira pessoal. A possibilidade de expansão e aprendizado profissional são grandes aditivos nessa empreitada com Dolores. Quando ele me chamou pra cantar a frente de sua nova formação, o Negroove já tinha suas atividades suspensas há mais de semestre, estava pedindo baixa da guerrilha da Mesa de Samba Autoral aqui em Recife e às voltas com o núcleo Das Caverna e processo de composição de RGB. Pois bem, depois do convite dele, tive apenas 10 ensaios para arrumar as malas e viajar para a Europa, daí dá pra você entender bem do que estou falando.

MC - Em seu trabalho existem várias referências à cultura afro-brasileira e africana mesmo. Você tocou no palco da música negra no Mercado Cultural de Salvador, por exemplo. Você tem algum envolvimento com o movimento afro? Qual a origem desse teu mote?

Black - Eu me envolvi muito com o lúdico das questões afro-brasileiras a partir de 2001, quando ainda era professor de inglês e tocava amadoristicamente, antes do Negroove ainda, e vi um cartaz em frente ao Museu da Abolição, sede do IPHAN local, oferecendo um curso de percussão com Ilú, instrumento muito usado no Xangô, Umbanda e Jurema locais. Eu passei a freqüentar terreiros de Xangô (outro nome para o Candomblé aqui), os eventos da Terça Negra no Pátio de São Pedro (famoso palco das manifestações culturais afro-brasileiras no centro da cidade), a conhecer mestres e outros músicos, e fui me apaixonando, mantendo sempre 'a distância de um cientista', digamos. Li, bebi, comi e conversei muito a respeito com as pessoas certas. Cheguei até a participar de alguns fóruns da ala jovem do MNU (chapa do movimento negro constituído em Recife). Degluti tudo isso mixando a minha realidade de rapaz criado no seio da classe média em um bairro da zona sul chamado Setúbal, ambientes que dificilmente poderiam me prover essa experiência, e criei o Negroove. Foi o máximo que pude fazer de todo o conhecimento que adquiri e foi muito massa!

MC - Você também atua em outras frentes artísticas, como dublagem, teatro, cinema e locução, certo? Uma vez assisti um curta de animação, “O Jumento Santo e a Cidade Que Se Acabou Antes de Começar”, em uma mostra do projeto Acenda Uma Vela aqui na praia de Garça Torta onde moro em Maceió, e lá estava você, dublando o jumento certo? Fale um pouco sobre essas suas atividades.

Black - O teatro me veio primeiro, no começo da década, através do contato com o diretor Marconi Bispo, que conheci durantes os anos da minha peregrinação na afrobrasilidade e tal. Participei da direção musical e tocando em duas peças dele que tinha a ver com tudo naquele momento: um espetáculo musical chamado 'Ago Mojubá', que rolou no SESC Casa Amarela, e uma releitura umbandística para 'McBeth', de Shakespeare, no teatro Hermilo Borba Filho.

Dublagem é um sonho antigo, mas morar em Recife torna tudo inicialmente muito difícil de acontecer pela inexistência de um mercado consistente, laboratórios etc. No entanto, há alguns anos vem se configurando um núcleo de animação digital da pesada por aqui (Faculdade AESO Barros) e rolou a oportunidade de ser dirigido por William Paiva, Léo Domingues e uma galera neste projeto belíssimo, do qual tenho muito orgulho de ter feito.

No cinema a mesma coisa: do contato com os amigos da Símio Filmes (esfinge de uma pá de talentosíssimos jovens cineastas locais), eles viram um potencial em mim no campo da atuação/narração, e então trabalhei no primeiro longa de Daniel Bandeira chamado 'Amigos de Risco', com Rodrigo Riszla, Paulo Dias e Irandhir Santos e no 'KFZ-1348', de Marcelo Pedroso e Gabriel Mascaro. Recentemente, fiz locução pro 'Pacific', novo filme de Pedroso, e atuei no primeiro trabalho de Juliano Dornelles como diretor, o 'Mens Sana in Corpore Sano', bem como de 'Recife Frio', ficção de Kléber Mendonça Filho, outra pedra pesada da tela grande, que aconteceu porque ele viu minha atuação nos trampos da Símio. Uma coisa leva a outra. E ah! Acabei também de dublar duas personagens em mais uma nova animação de William em parceria com Pedro Sevérien, que está no forno já e se chamará 'O Homem-planta'. Atuo no mercado publicitário local em spots para TV e rádio, majoritariamente para um estúdio classe A chamado Onomatopéia, e essa tem sido uma grande escola também.

MC - Cara, você tocou com o Genival Lacerda! Sou fã dele! Como que foi isso?

Black - Véio, nem me diga! Genival é um monstro do tamanho dele, um cara que bateu muitos cartões-de-ponto na construção de parte significativa da música brasileira como um todo. Foi tudo muito rápido e aquém do que eu esperava ser esse nosso encontro durante um evento realizado no São João do Recife, muito pela condução de tudo nos bastidores e da forma como produzem atualmente seu show (que não tem mais nada a ver com aquilo que ouvi nos seus LPs cascas quando menino) do que qualquer outra coisa, e da qual a figura de Genival está muitíssimo acima, mas que me marcaram muito negativamente na ocasião; não houve sequer um ensaio ou um cuidado em sermos decentemente apresentados, só para constar. Acho que cantei duas músicas com ele, enquanto o público dançava enlouquecido e suas dançarinas despejavam malícia num palco alegre e colorido. E por essas e outras acho que a ficha nunca vai cair.

MC - Com o lançamento do novo trabalho, quais as perspectivas para este segundo semestre e 2010?

Black - Iniciamos o trabalho de shows ainda sem o disco. O debut se deu na segunda noite do Coquetel Molotov em setembro deste ano, e fizemos uma segunda apresentação semana passada. Estamos azeitando tudo com uma banda enxuta e dinâmica, e as perspectivas agora são quase que estritamente divulgacionais. Tem muita gente envolvida no processo e desejamos tocar e trabalhar muito. Alea jacta est.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Coisa Linda Sound System ao vivo no Posto 7



















Dentro do calendário de lançamento do disco Da Vida e do Mundo (2009), do Coisa Linda Sound System, nos apresentamos no palco montado na orla de Jatiúca em Maceió, no Posto 7, em um evento aberto ao público, numa noite incrível de lua cheia. O show foi muito massa e agora disponibilizamos o resgistro (áudio) dessa apresentação para baixar aqui, com músicas do novo disco e do primeiro trabalho, Marcelo Cabral e Trio Coisa Linda (2005). Nossos agradecimentos ao Ademir da Web Rádio Maceió pela captação.

District 9

Faz é tempo que não produzem um filme de ficção científica tão bom como District 9 (2009). Dirigido pelo sul-africano Neill Blomkamp e produzido por Peter Jackson, o longa-metragem já começa em um ritmo frenético, no qual vemos uma nave não identificada gigantesca pairando sobre Johanesburgo através de câmeras de segurança, imagens "jornalistícas" altamente convincentes, câmeras de mão, depoimentos de moradores da cidade, estudiosos e políticos. Alucinante.

Aparentemente, a nave simplesmente quebrou, deixando uma horda de alienígenas desnutridos e doentes, sem nenhuma condição de contato com seu mundo natal. Os refugiados, apelidados de "camarões", são recebidos a contra gosto na África do Sul, onde passam a viver em uma favela de Johanesburgo em condições subumanas (?!) ao lado de outros imigrantes indesejados, os nigerianos, em um enorme gueto absolutamente assustador, muito menos pelos "visitantes" que pela crueldade da natureza humana que o filme pretende retratar.

District 9 surgiu de uma tentativa fracassado de filmar uma versão cinematográfica do game Halo. Que sorte, para nós fãs de ficção científica (e de uma boa história) que a adaptação do jogo não deu certo.

Os efeitos especiais são especiais mesmo, sem comprometer em nada o roteiro, como deve ser. Imagens matadoras. Ação total. Crítica social. Um filme da porra! Assista!

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Rock'n'roll nas canelas!
























"Rock'n'roll sem firula", este é o direcionamento musical da banda alagoana Canela Seca segundo seus próprios integrantes. O grupo é formado por dois veteranos da cena rock de Maceió, o vocalista Fred Hollanda, do Barba de Gato, e o baixista Aru, do Cachorro Urubu, que também já tocou com Mopho e Água Mineral. Completam a banda o baterista Thiago Alef e a dupla segura de guitarristas, Walter Pires e Pedro Ivo.

O som é como eles dizem, puro rock! Uma influência bem perceptível de AC/DC, com pitadas de Deep Purple e sotaque alagoano em letras divertidas que falam de botecos, sexo e rock, é claro. Entre as canções, destaque para Colírio Brasil e Santo Remédio.

A banda ainda é novidade no cenário local e já agrada bastante. Baixe aqui a demo dos caras (2009).

terça-feira, 6 de outubro de 2009

El Orfanato

Com produção de Guillermo Del Toro e dirigido por Juan Antonio Bayona, O Orfanato (2007) é um suspense cabuloso. A produção espanhola dá aula de como fazer um bom filme do gênero, com takes alucinantes e uma trilha sonora de prender a respiração. O diretor economiza nos efeitos especiais e abusa da criatividade pra contar uma história que parece já ter sido contada várias vezes, mas na maioria, não do jeito certo como neste filme.

A história é a seguinte, Laura, interpretada pela ótima atriz Belén Rueda, se muda com o marido e o filho pequeno para o casarão que outrora foi o orfanato onde a personagem passou tempos felizes em sua infância. Lá, o casal planejava criar um lar para atender crianças especiais. No entanto, o pequeno Simon (Roger Príncep), filho adotivo do casal, faz alguns amigos imaginários na nova casa, e após apresentar estranhos jogos de pistas e tesouros à Laura, desaparece de forma misteriosa. Daí começa a busca e o desespero da mãe do garoto para encontrá-lo. Nesta jornada ela precisa encarar evidências que desafiam a razão e que a levam aos terríveis acontecimentos ocorridos pouco depois que ela deixou o orfanato em sua infância, quando foi adotada.

Assustador e comovente!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Eles estão entre nós!



















Demais a campanha “Abrace a Mudança”, elaborada para promover a série “Invasão Secreta” da Marvel Comics. Não acompanhei as histórias, afinal, depois de gastar meu suado dinheirinho nas frustrantes “Guerra Civil” e “Hulk Contra o Mundo”, jurei que não deixava mais o pessoal da Casa das Idéias me ludibriar de novo com outra mega-maxi-série-compre-todas-as-revistas-pra-ler-partes-da-mesma-história-idiota, e que no final “o culpado era outro”, “foi tudo um sonho” ou a velha “ressuscita lázaro”, a preferida deles. Tô fora fera.

No entanto, o papo é o seguinte, a raça alienígena Skrull ficou órfã de seu planeta natal e iniciou uma imigração em massa para a terra, infiltrando-se secretamente em nossa sociedade e vivendo entre nós. Clichê?

Os Skrulls são uma turma verde e transmorfa que pode assumir a forma de qualquer humano ou animal. Velhos inimigos do Quarteto Fantástico, X-men, etc. Depois de descobertos, a comunidade Skrull passa a viver abertamente no planeta (Especialmente em Nova Iorque, claro. Chics esses aliens não?), e a tal campanha “Abrace a Mudança” é “promovida” pela própria comunidade ET para limpar a imagem dos Skrulls entre os terráqueos. Muito legal as peças, acho que é a primeira vez que vejo uma campanha de HQ com fotos de pessoas reais, e não desenhos. Massa.

O bacana da Marvel é essa temática da tolerância e do respeito das diferenças, que já é uma marca registrada da editora, desde os conflitos mutantes em X-men nos anos 60, até questões étnicas e de minorias que fazem um paralelo com a realidade interessante pra a formação das crianças e adolescentes que crescem lendo esses gibis, e aprendem que não importa a cor da sua pele ou se você tem um par de asas nas costas ou solta raios pelos olhos, somos todos iguais. Obrigado tio Stan.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Festa Primavera Coisa Linda


















A primavera chega à Maceió, tempo de se divertir ao ar livre e curtir a boa música produzida em Alagoas. Nós do Coisa Linda Sound System aproveitamos a passagem de estação para promover mais uma de nossas animadas festas no litoral norte da capital alagoana, dentro do calendário de lançamento do disco Da Vida e do Mundo. A noite conta ainda com o eletro-rock dos Neon Night Riders e o blues do Barba de Gato, além dos sets infalíveis dos DJs Coelho e Aldo Jones. Imperdível!

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Guitar Hero III humilha músicos do Coisa Linda Sound System



Adquiri o game Guitar Hero III, crente que, apesar do grande sucesso entre a molecada, provavelmente se tratava de um jogo meio bobo, infantil, e, certamente, para um músico, muito fácil de jogar. Sem graça.

Terrível engano. Aldo Jones passou pela minha casa na ocasião. Prosa, tal e coisa, testamos o tal Guitar Hero e levamos uma baita surra do joguinho. Nunca fomos tão humilhados em quase 20 anos fazendo som!

O game é bom mesmo, desafio danado pro juízo do cabra. Na prática, abstraindo os gráficos, é uma cruza de Tetris com Space Invaders no ritmo da música e acertando nas notas que correspondem às cores/botões do joystick. Na lista de músicas pra jogar, desde petardos do rock como Bulls On Parade, do Rage Against The Machine, até uns hard rock farofa como Talk Dirty to Me, cuja presença no jogo deve ser a maior fonte de renda dos caras do Poison hoje em dia.

Coquetel Molotov + Popfuzz

Jorg and The Cowboy Killers

Estive no evento Coquetel Molotov + Popfuzz em Maceió no sábado 05/09 e foi bom demais. Os shows aconteceram no palco do teatro do antigo Beagá Café, na Ponta Verde, e foi uma seleção de bandas da melhor qualidade. Representantes de novas e recicladas sonoridades que estão surgindo na cidade e surpreendem com uma música de identidade, conceito e atitude.

A idéia é fortalecer o intercâmbio com cenas musicais vizinhas, e toda iniciativa neste sentido é, no mínimo, urgente! No palco, My Midi Valentine, com um som experimental noise jazzistíco eletrônico-de-vídeo-game, bem doido! Os Neon Night Riders fizeram uma apresentação impecável e com um retorno do público que demonstra o resultado do quanto esta dupla vem realizando um bom trabalho. Belas melodias, vozes bem colocadas, guitarreira danada, muito bom.

Mas pra mim a maior surpresa foi Jorg and The Cowboy Killers, banda com uma pegada rock 90 e um vocalista que sabe gritar de com força como faz tempo eu não via! Canções bem resolvidas, arranjos barulhentos e bem bolados. Sonzeira! Além dos shows, a noite foi bem divertida mesmo. Galera compareceu ao evento, cerveja gelada, jogo do Brasil X Argentina numa TV pequenina sobre o balcão do bar.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Da Vida e do Mundo pra baixar!



































Disponibilizamos o novo disco do Coisa Linda Sound System, Da Vida e do Mundo (2009), para baixar sob licença Creative Commons no Banco de Cultura do Overmundo. Lá você também pode encontrar links para baixar algumas das canções do nosso primeiro disco, Marcelo Cabral e Trio Coisa Linda (2005).

Para baixar o novo disco, Da Vida e do Mundo, acesse aqui.
Escutem, esperamos que curtam!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Vitor Pirralho lança novo disco, Pau Brasil


O rapper Vitor Pirralho lança seu segundo disco, Pau Brasil, e apresenta o material inédito em uma série de shows no interior de Alagoas dentro do Projeto Pixinguinha. O lançamento na capital, Maceió, acontecerá no dia 12 de setembro.

Vitor é um letrista inteligente e foge dos lugares comuns do rap, que, raras exceções, limitam-se aos temas de crítica social e racismo de forma um tanto panfletária. Já o som do grupo U.N.I.D.A.D.E. fornece a sonoridade perfeita para as rimas de Vitor, com muito balanço e arranjos ainda mais certeiros que no primeiro disco, Devoração Crítica do Legado Universal, outro petardo! Música pra dançar e pensar. “Siga Lá”!

Marcelo Cabral - Você está fazendo uma série de shows em cidades do interior de Alagoas para promover o novo trabalho dentro do Projeto Pixinguinha, como Barra de Santo Antônio e a histórica Penedo. Como tem sido essa experiência?

Vitor Pirralho - Independente do número de pessoas que compõe a platéia, a idéia de expandir o som, tocá-lo em novos lugares, mostrá-lo em outros ambientes, é o que realmente instiga o artista. Falo em platéia porque o naipe do nosso som nem sempre agrada as pessoas das cidades de interior, mas sempre agrada o interior das pessoas dessas cidades que se permitem ouvir. Ou seja, a experiência sempre é válida quando se tem oportunidade de sair de um eixo e transitar por outro. O Projeto Pixinguinha proporcionou esse trânsito e sem dúvida bons frutos serão colhidos.

MC - Pau Brasil é seu segundo trabalho com o grupo U.N.I.D.A.D.E. Como está o novo disco? Nas letras, você tem um mote principal? Um conceito? Como a Antropofagia Cultural foi o norte de Devoração Crítica do Legado Universal, seu primeiro disco.

VP - Na verdade, Marcelo, a Antropofagia é sempre o norte de quem se dispõe a digerir culturas e processá-las a sua maneira. E essa é minha disposição, sempre. O velho jeitinho gaiato brasileiro de ser, se apropriando do que interessa. Mas posso te dizer que nesse disco a Antropofagia vem de forma mais veemente. No primeiro há citações antropofágicas, no que está por vir há práticas antropofágicas. E o mote do disco, eu diria, é a evolução da colonização, que vem das grandes navegações aos grandes meios de comunicação, dos autos jesuíticos ao google. De como o branco chega ao Brasil trazendo negros subjugados à força física e da mesma maneira subjuga quem já estava aqui, os indígenas. E desse inusitado sincretismo, entre canibalismos e assassinatos, faz-se o grande carnaval que é o Brasil.

MC - Recentemente assisti na Tv Cultura o show de vocês no palco do Itaú Cultural em São Paulo. Muito bom, aliás! Como foi a recepção ao seu rap praieiro por lá?

VP - Para minha surpresa a recepção foi mais do que eu esperava. Sabia que haveria um respeito pelo som, por sua veracidade, é possível não apreciar algo, mas respeitá-lo pelo modo como se apresenta, mas na verdade houve uma assimilação, além do respeito, sabe? As pessoas curtiram, aplaudiram de pé. Foi muito bom! Acho que esse estilo praieiro, como você falou, levou outros ares, uma brisa do mar, para o cinza de São Paulo.



MC - Quais as suas impressões sobre o movimento hip-hop em Maceió? Você estabelece alguma conexão com este cenário ainda tímido aqui no estado?

VP - Há uma já batida problemática em torno desta questão. O movimento H2 em Maceió continua e, muito provavelmente, continuará tímido, como você bem colocou, se não houver uma tentativa de expansão por parte de quem faz o movimento. Se você escutar uma música de rap produzida em Maceió sem saber que ela foi feita aqui e por pessoas daqui, muito provavelmente você chegará à conclusão de que se trata de um rap paulista, entendeu? É pré-fabricado, é cópia do estilo, das gírias, até do sotaque, há uma imitação no jeito de agir. Percebe? E é aí que entra a crucial Antropofagia, eu gosto do estilo rap paulista, mas eu não o copio, eu faço proveito dele, ponho no liquidificador com o Guerreiro, com o Coco, com o Reisado, e tiro o caldo. Canto minha real. Cantar problemas sociais, como assaltos, assassinatos, violência, é necessário (e o rap é um bom instrumento de denúncia), mas tem que ser autêntico, truta! Morô? (risos) O próprio rap paulista fez uso da Antropofagia, mesmo sem saber do que se trata - mas na percepção da necessidade de fazê-lo, quando o rap gringo chega ao Brasil (SP), logo a rapaziada tratou de moldá-lo ao contexto local. Isso deve ser feito por essas paragens de cá. Antropofagiando o Oswald de Andrade: "Só a Antropofagia nos une..."

MC - Segundo disco disparado no mundo, quais as planos pro futuro próximo?

VP - Bom, a idéia que me vem é que música é harém, então tomara que ele seja bastante usado e abusado, devorado, consumido, explorado, no maior raio possível. Não faço planos para o futuro porque no meu caso não existe agenda, compromissos, turnê, distribuição nacional ou internacional do nosso disco, a não ser pela net, contratos, programas de TV ou rádio, entendeu? Sou mais um artista que produz arte pela necessidade mesmo de se expressar. Parafraseando a escritora cearense Rachel de Queiroz, que, ao ser perguntada por uma jornalista numa entrevista por que ela não abandonou a literatura se sua preferência era o jornalismo, ela genialmente responde: "Você já ficou grávida? Quando se está grávida é imperativo parir." Fazer um som pra mim é exatamente isso. O que se pode fazer é criar expectativas, essas são várias, e correr atrás para arrumar meios de transformar essas expectativas em concreto, em algo palpável. A situação dos músicos brasileiros, da maioria, não é nada glamorosa, né não Marcelo? Só quem corre é que se cansa (risos).

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Se a marca é Sica, bons produtos indica









O cartunista gaúcho Rafael Sica figura hoje entre os grandes nomes da HQ nacional. Sica Já fez trabalhos como Ilustrador em publicações como a Revista Super Interessante, colabora com a Revista Picabu e mantém um blog onde podemos acompanhar a trajetória dos seus quadrinhos diariamente, desde a fase mais colorida e humorística aos seus trabalhos mais recentes de quadrinhos “mudos”, mais cinzentos e ácidos que em outros momentos da produção do artista. Cada vez melhor!

Com um traço muito particular e temáticas que apresentam o cotidiano de forma nada convencional, Sica realiza uma obra autoral de grande força. Vale a pena conferir.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Coisa Linda Sound System no palco Maceió Viva Cultura



Próximo domingo, 06/09, estaremos no palco do projeto Maceió Viva Cultura, no Posto 7, Praia de Jatiúca, dentro do calendário de lançamento do novo disco do Coisa Linda Sound System, Da Vida e do Mundo. Mais informações sobre a programação desta 14ª edição do Viva Cultura, no site da Fundação Cultural Cidade de Maceió.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Brüno! Ultraje extremo!



Brüno é absolutamente ultrajante! O novo filme do ator e comediante britânico Sasha Baron Cohen não vai decepcionar os fãs de Borat, seu filme anterior, e do televisivo Da Ali G Show, onde o próprio Brüno apresenta quadros do programa.

No começo do filme, parece que o artista não conseguiria superar seu primeiro longa, até que a história engrena quando o apresentador de TV e celebridade gay fashion austríaco Brüno vai para os Estados Unidos tentar aumentar sua fama e fortuna.

Um extremista do humor, Sasha quer chocar, e consegue. Extremadas também devem ser as opiniões sobre seu trabalho, tanto para os que o admiram como os que devem odiá-lo. Uma coisa é certa, a capacidade de interpretação e de mudança camaleônica de sua aparência física para encarnar os personagens que cria é impressionante. E claro, acima de tudo, o cara definitivamente tem bolas, como dizem os americanos, para encarar texanos homofóbicos, pastores que convertem gays em heteros, skin heads e toda a escória conservadora, reacionária, preconceituosa e fascista da sociedade ocidental.

Muito bom! Ao lado de Seth MacFarlane e Garth Ennis, Sasha Baron Cohen forma uma espécie de trindade profana da escatologia, do humor negro e do escracho total das hipocrisias dos nossos tempos. Provocador!

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Rodamundo, música de fé



Os paulistanos do Rodamundo fazem uma música fácil de gostar e difícil de classificar, duas grandes qualidades. Com essa liberdade de composição, o quinteto trabalha pesado para mostrar seu som de arranjos instrumentais minuciosamente elaborados que abrem caminho para a belíssima voz da cantora Karina Kaufman, em canções cristalinas como “A Busca” ou a forte “Samba de Fé”, novo single do grupo. O primeiro registro da banda, homônimo, apresenta cinco músicas com ótima produção.

Destaque no site Oi Novo Som, vencedores do Festival Mente Aberta de música brasileira, a banda mantêm sua agenda lotada. Entre ensaios, shows e gravações, o estiloso guitarrista Felipe Mancini arrumou um tempinho pra conceder essa entrevista. Sujeito extremamente agradável e talentoso, diga-se de passagem. Segue nossa prosa abaixo.

Marcelo Cabral - Quanto tempo de som juntos? Tem uma dissidência do Anjo dos Becos no grupo (o baterista Rafael Cação e o baixista Rodrigo Clemente). E o restante de vocês, como chegou a se reunir?

Felipe Mancini - A banda começou a se juntar pra compor em 2005. Na verdade tocamos juntos como banda de apoio de um compositor aqui de São Paulo, essa banda anterior se chamava Maomedes e não existe mais. A Karina inclusive era backing vocal. Rolou uma certa turbulência na relação, e decidimos seguir nossos próprios caminhos, sem a presença desse compositor. Logo em seguida o George (Domingos, percussionista) entrou e essa é a formação que temos até hoje.

MC - De lá pra cá vocês conseguiram uma boa repercussão com o trabalho, como ser a banda vencedora do Festival Mente Aberta. Que outros retornos positivos vocês receberam até aqui?

FM - Em meados de 2007 ganhamos o Festival. Mandamos um vídeo de ensaio da música "Teu Cais" gravado com apenas uma câmera. Fomos avaliados por um júri composto por nomes de peso, como o Miranda, O Lúcio Maia e o Tom Zé. Ficamos entre os 12 finalistas e por escolha popular em três eliminatórias, acabamos vencedores. No ano seguinte passamos via edital para uma seqüência de sete apresentações no interior de São Paulo. Além de tocarmos em vários lugares importantes como Sesc , por exemplo, entre outros pontos da cidade de São Paulo, como Centro Cultural de São Paulo, e outros espaços culturais.



MC – O primeiro disco foi a premiação do festival certo? Vocês estão gravando material inédito? Quando teremos um novo disco do Rodamundo?

FM -
Sim, o primeiro disco foi a premiação do festival. As músicas desse primeiro trabalho estão boas, gravadas no estúdio da Trama e produzidas por Ricardo Zoyo, um ótimo músico e uma pessoa muito sensitiva. Temos muito respeito e carinho pelo resultado desse trabalho. Temos planos de gravar um novo álbum. Estamos pesquisando várias formas de fazer isso. Hoje a banda é mais madura do que em 2007. Queremos mostrar isso. Estamos trabalhando um single que está em mixagem e deve ser finalizado em breve. Se chama “Samba de Fé”.

Foto Pisco Del Gaiso

MC – Recentemente vocês foram destaque no site Oi Novo Som. Sempre vejo notícias de shows, recebo emails com informações sobre a agenda da banda. Vocês estão trabalhando bastante certo? Inclusive, deixando outros trabalhos em outras áreas para se dedicarem exclusivamente a música. É por aí o caminho?

FM - Sim. A gente está como banda que a Oi Novo Som e a Rádio Oi estão apostando. Fizemos FNAC Pinheiros essa semana e dia 09/09 teremos a FNAC Paulista. Já tocamos também no Festival de Inverno de Campos de Jordão no stand da Oi. E em outubro faremos o programa Showlivre, e algumas possibilidades interessantes ainda não completamente concretizadas.

Hoje em dia mais da metade da banda trabalha com música em tempo integral. E mesmo os que ainda mantêm seus empregos ajudam muito. Aproveitamos as profissões que tínhamos para trabalhar a favor da banda. Muitos de nós temos formação de comunicadores. O Rodamundo tem uma equipe muito boa que nada mais é que seus próprios integrantes!

MC – Com tanta coisa acontecendo, quais os planos daqui pra frente?

FM - O plano é tocar. Estar sempre fazendo o que gostamos. Estar nos palcos, conseguir gravar, compor e aparecer para as pessoas de uma forma honesta e justa. Temos amor e respeito pela música e sabemos que trabalhando as coisas acontecem ...

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Kutiman é o cara!

http://www.thru-you.com/Main.swf


Kutiman, e seu trabalho "Thru You", é uma das coisas mais geniais que vi e ouvi recentemente. O cara mixou, editou e compôs faixas incríveis, usando vídeos caseiros no youtube de pessoas tocando algum instrumento ou cantando ao redor do mundo. Gente que nunca se encontrou pessoalmente, formando uma banda virtual absurda. Além do trabalho de edição, uma sonzeira impressionante!