quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Pedrada!



Senhoras e senhores, orgulhosamente apresento a primeira composição coletiva da banda MC+20. Pedrada surgiu a partir de uma base de guitarra instigada e sujona criada pela Mel e que usamos como introdução no show do Posto 7, no Rock Cordel. Retomamos o tema instrumental nos ensaios. Inseri umas ideias de dub, o Lipe bolou uns arranjos de batera "delay na mão" e a finalização da música. O resultado, ainda pouco lapidado, é verdade, está neste vídeo.

MC+20 foi uma banda criada com um proposito, que seria fazer estes shows que fizemos em Maceió e Arapiraca, para pontuar os 20 anos que estou na ativa escrevendo, produzindo e lançando discos, tocando por aí e compondo. Mas a banda foi além deste objetivo inicial, temos músicas inéditas como esta, e estamos estudando a possibilidade de gravar um EP em algum momento. Té mais!

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Um cachorro punk em Berlin



Esta música é dedicada ao amigo Gonzalo do Eis Kotty, sua família, e toda a galera gente boa que tivemos contato através dele em Kreuzberg, Berlin. Ele é equatoriano e faz o melhor sorvete de Berlin há vários anos, além de umas baladas no inverno que, infelizmente, não estávamos lá em tempo para curtir. Conversa boa, sujeito e tanto.

Uma coisa curiosa que percebemos em Berlin, quase todo punk nas ruas tem um cachorro! Segundo os berliners, parece que o governo, ao invés de botar a carrocinha na rua e matar os bichos, paga uma graninha aos punks pra eles cuidarem deles. Bonitinho não? Como essa música estúpida sobre um cachorro punk que vive em Berlin.

Verdade ou não, me parece ótima ideia pagar ao pessoal pra cuidar dos cães.   

Punk Rock Dog

Punk rock dog, he’s a punk rock dog
He lives in Berlin, he wears a black fur, and he’s a punk rock dog
The moon is up tonight, hang out with the band, and eat food from some trash can
He’s a punk rock dog, he lives in Kreuzberg, he wears a black fur, and he’s a punk rock dog

Música de Marcelo Cabral.
Guitarra: Mel Guedes.
Bateria: Felipe Gomes.
Baixo e voz: Marcelo Cabral.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

A Lua - MC+20



A Lua é a primeira canção inédita trabalhada pela banda e faz parte de uma coleção de músicas minhas tiradas do fundo do baú, nunca gravadas ou apresentadas ao vivo. Das antigas, mas novinhas em folha. 

Com o MC+20, a pegada do Lipe na batera imprimiu certa alegria em uma canção, a princípio, meio dura, que fala do lado bom e ruim das coisas, com certo foco no ruim que se tenta esconder. Papo de yin yang, ou da negação do yang, por assim dizer. A Lua também é sobre varrer pra baixo do tapete algumas feiuras da vida em sociedade, ou ainda, sobre equilíbrio, ou nada disso.

As guitarras da Mel também deram um brilho especial para a música, com as frases de guitarra que já marcam uma assinatura no seu estilo de tocar. Quebra tudo garota!  

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Mini-documentário Coisa Linda Sound System mostra gastronomia e paisagens de Penedo


Rio São Francisco e cidade histórica inspiraram disco da banda, que também rodou um videoclipe na cidade.

Coisa Linda Sound System no Rochedo de Penedo é o mini-documentário que mostra a viagem da banda alagoana Coisa Linda Sound System, de Maceió, à cidade histórica de Penedo, às margens do Velho Chico, no sul do estado de Alagoas, para apresentação do grupo no Festival Gastronômico do Baixo São Francisco. O disco mais recente da banda, Rochedo de Penedo, é um passeio musical contemporâneo pelas paisagens, histórias e sabores da região.

Dirigido pelo jornalista Marcelo Cabral e pelo produtor Aldo Jones, respectivamente, compositor/vocalista e produtor/guitarrista da banda, o vídeo foi produzido no esquema “Faça Você Mesmo”, ou seja, câmera na mão, mostrando o que acontece quando a banda está na estrada. Como pano de fundo: O Rio São Francisco, ótimas comidas, e a cidade histórica que inspirou o disco do grupo. O roteiro também é assinado por Marcelo Cabral e a edição ficou por conta de Aldo Jones.

Esta é a segunda produção audiovisual da banda rodada em Penedo. A primeira foi o videoclipe do tema título do disco, Rochedo de Penedo, de autoria do tecladista Dinho Zampier. O videoclipe e o mini-documentário estão disponíveis no Canal Youtube da banda.    

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

sábado, 6 de outubro de 2012

Chapada do Araripe – Cariri Cearense

Crato - CE
Crato - CE

Juazeiro do Norte - CE

Depois de uns dias de muito calor e trabalho em Juazeiro do Norte, no cariri cearense, consegui um tempo pra dar um rolé na região e desbravar um lugar que quero conhecer faz tempo, a Chapada do Araripe, dentro do Geopark Araripe. Juazeiro é uma cidade bem interessante, uma vibe desenvolvimentista, indústrias, estradas duplicadas e o Metrô do Cariri que liga a outras cidades como o Crato, um dos meus destinos.

Juazeiro é uma espécie de Las Vegas da fé, 250.000 habitantes, grande e no meio de um deserto, substitua a jogatina e putaria por devoção e romaria, e aí está Juazeiro do Norte. Apesar do clima e paisagem desértica, Juá, como é carinhosamente conhecida, tem água subterrânea em abundância, aliás, toda a região, graças ao verdadeiro filtro de decantação gigante que é a Chapada do Araripe. Estive na cidade durante uma das três principais romarias do ano, a da Mãe das Dores, peregrinação de fé onde vi vários ônibus de Maceió e de toda Alagoas e outros Estados, rumo a Colina do Horto, onde se encontra a Estátua de Padre Cícero, fundador da cidade, profeta, milagreiro e primeiro prefeito do lugar. A Colina do Horto é um dos geosítios do Geopark Araripe, o mais movimentado com presença humana, certamente.


      Colina do Horto, Estátua de Padre Cícero - Juazeiro do Norte 


Aluguei um carro, e peguei a estrada rumo aquela mesona no horizonte. Primeira parada: Crato. Luiz Gonzaga chamava de “Meu Cratim de Açúcar”. Vários amigos de Fortaleza me diziam que eu ia gostar dessa cidade. De fato, é bem mais charmosa e antiga que Juá, e encravada na encosta da Chapada. Depois de uma estudada no bom e velho Google Maps, segui as placas marrons pro Geosítio Batateiras. Lá encontrei uma bela nascente, altas bicas de água mineral, e um clima meio farofa, o que seria melhor do que o deserto de gente que encontraria depois, em outras partes do parque. Mandei um banho gelado de água mineral pra espantar o calor e segui pro meu objetivo naquela tarde: Subir o platô da chapada e conhecer a mais antiga floresta nacional do país, a Floresta Nacional do Araripe, Flona. 

A subida até o platô é bem bacana, estrada asfaltada, baita visual do Vale do Cariri lá de cima. Segui de carro floresta adentro, rodei um pouco, parei, dei uma curtida por ali e vi onde ficava a entrada da trilha do Picoto. Como era fim de tarde, resolvi fazer a trilha no dia seguinte, sábado pela manhã, certamente teria outros visitantes e um clima menos Bruxa de Blair. Bom, assim eu pensei. 

Desci a Chapada, subi de novo por outro caminho, aproveitei a luz do fim do dia, fiz umas fotos, e voltei pro meu hotel em Juazeiro do Norte. Já planejava o roteiro do dia seguinte.

Crato, Barbalha e Missão Velha

Sabadão de sol. Massa. Voltei ao Crato, decidido a encarar a trilha do Picoto. Passei direto na nascente e subi a serra. Cheguei à entrada da trilha, e... cri, cri, cri... a mesma coisa do dia anterior. Ninguém. Ok. Deixei o carro lá fora e caí pra dentro da floresta do Araripe. Andei, andei, mata fechada. Ninguém. Comecei a ficar cismado, depois de algumas bifurcações, me mantive na trilha principal, mas tava ficando meio longe, sozinho, sem ninguém, meu carro lá na entrada de bobeira. Comecei a lembrar do Bear Grylls e do ator James Franco naquele filme 127 Hours. Enfim, desencanei antes de chegar ao mirante que me daria uma linda vista do Cariri e da Chapada e voltei pro carro. Porra, nem um guia? Nem uma pessoa simpática pra receber na casa vazia que fica no começo da trilha? 

Tudo bem. Desci a Chapada meio decepcionado, e fui contornando as formações para mais fotos e em busca de um lugar pra rangar, já passava do meio dia. Encontrei um clube interessante, com umas construções modernistas engraçadas, cravado no sopé da Chapada. Clube Granjeiros, exclusivo para sócios, mas claro que não iriam impedir um simpático turista alagoano de conhecer o lugar. Deixaram-me entrar sem esforço, e me dirigi ao mais afastado e tranqüilo dos três restaurantes do lugar, bem no pé da encosta, visual lindo, natureza e silêncio total. Meu tipo de lugar. Pedi uma tilápia inteira frita, perfeitamente frita, crocante e saborosa na verdade. O peixão veio acompanhado de macaxeiras fritas e baião cremoso. O baião, pelo que pude perceber, é a comida mais típica da região, uma espécie de risoto cremoso de arroz com feijão verde coberto com queijo coalho ralado. Delícia total.

Segui de volta pra Juazeiro, e vendo que ainda estava cedo, continuei em direção ao próximo paredão ancestral, na cidade de Barbalha, 10 Km de lá. Aliás, é essa a média das distancias entre essas cidades. Lá fui atrás do Parque Estadual Geosítio Riacho do Meio. 16:00h e cheguei na porta do parque, mesma coisa de sempre, uma estrutura vazia e sem uso. O “parque” fica em frente a uma zona urbana, perguntei a uma senhora com sua menininha se o lugar estava fechado. “Não está não, é só abrir o portão e entrar”. E esta foi a maior interação que vi entre as comunidades locais e os parques da região.

“Nheeeeeeemmm” rangeu o portão e senti como se um fantasma me deixasse passar. Entrei pela trilha rumo às nascentes e vi um rapaz mexendo em uns canos, pegando água, ou coisa do tipo. Troquei dois dedos de palavra, perguntei se era longe, e continuei na trilha. Encontrei uma bica de água mineral gelada brotando da montanha. Tomei um banho massa, fiquei ali um tempo, mas o clima meio Bruxa de Blair, meio Massacre da Serra Elétrica não permitiu me alongar por demais. Nunca pensei que ia achar tão ruim encontrar tão pouca gente em parques como esses...

Voltei ao centro de Barbalha, fiz umas fotos da Igreja Matriz, e voltei pra Juazeiro.

Abandono

Na manhã seguinte segui para meu último destino, Cachoeira de Missão Velha. Viagem mais longa do roteiro que fiz, rumo a uma cachoeira sem água, por conta da seca. Mais uma das coisas que ninguém informa no site do Geopark Araripe, que a tal cachoeira não é perene. Rodei um montão na caatinga e chegando lá, até que tinha um poço de água verde... e parada. Tinha uma turma tomando banho, “entra aí”, me disseram. Mmmmm, não obrigado, moro na Garça Torta, não vou tomar banho numa poça de água verde parada no meio do sertão. Valeu. 

Minha conclusão é que o Geopark Araripe, como tantas outras iniciativas Brasil afora, viveu um momento de empolgação, apoio da Unesco, blá, blá, blá, pra depois dar com os burros n’água. A região é sim, belíssima, e meu passeio valeu muito à pena, dias de imersão em uma natureza exuberante, do quase deserto aos paredões de florestas, a Chapada do Araripe é linda, mas talvez não tenha o apelo necessário, não atraia tantos turistas, nem conta com o envolvimento das comunidades, o que é fundamental, ocupando jovens guias, fortalecendo artesanato e culinária, etc, etc. Nada disso por lá. Uma pena. 

Ao bem da verdade, não recomendo ninguém a encarar essas trilhas e parques em grupos de menos de 3 ou 4 pessoas, ir sozinho como eu fui, nem pensar. Perigo de se perder, assalto, ou coisa pior, são sítios completamente abandonados. Quando senti o clima, no primeiro dia, fui preparado a partir do dia seguinte: Itens mínimos, apenas dinheiro e carteira de motorista, no máximo me levariam a câmera fotográfica, ok, afinal, pelo menos fotos eu faria do lugar. 

Seria bom que todos os poderes, municipais, estaduais e federais, envolvidos na manutenção dos parques e do Geopark Araripe voltassem suas atenções para este belo lugar. Talvez, se tentarem de novo, de algum jeito certo, resolvendo erros e procurando acertos, quem sabe, um dia eu volte e encontre feirinhas de artesanato e comida na porta dos parques, famílias de turistas e mochileiros, movimentando os lugares e a economia local. Quem sabe. Até lá, para os mais aventureiros e interessados em lugares assim, como eu, boa sorte no desbravamento da Chapada do Araripe e da região do Cariri Cearense. Eu me diverti bastante em minha jornada. Até a próxima.













domingo, 23 de setembro de 2012

Posto 7 Rocks!


Do caralho a última noite do Rock Cordel Maceió, sábado no Posto 7, Jatiúca! Não pude acompanhar as outras noites, mas só por não estar em Maceió, senão estaria lá com certeza! Fiquei feliz com os comentários muito positivos sobre o show do Xique Baratinho, na noite anterior.

Nossa apresentação foi bem massa! Ficamos bem satisfeitos com a reação do público ao nosso trio MC+20. Quem não conhecia minhas composições passaram a conhecer, quem conhecia cantou junto, e foi uma noite realmente sensacional!

Destaque pra galera que faz a banda, Mel Guedes (guitarra) e Felipe Gomes (bateria), que foram impecáveis no palco. Mandaram bem demais. A produção do Popfuzz Coletivo também precisa ser mencionada com louvor. Cada vez melhor! Bom trabalho galera!

É isso aí! Aguardem novas datas, e até lá! 

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Estação - Marcelo Cabral + 20



Estação é uma música minha e do meu primo, Alvinho Cabral (Fino Coletivo), e integrou o set do Mental na segunda metade dos 90's. Escrevi a letra bem antes, pivetão, sobre a transitoriedade da vida, e a mudança como única constante que, além de inevitável, pode ser aceita e abraçada.

Tanto em Estação, como em Dharma Dub e outras tolices que escrevi nestes 20 anos, percebo hoje que, durante o processo de criação, sofri influências de conceitos do pensamento e espiritualidade orientais, como o budismo, por exemplo.

Com o Coisa Linda Sound System, tiramos a canção do baú em 2009, quando gravamos uma versão definitiva de Estação para o disco Da Vida e do Mundo, com uns arranjos de moog viagem total do Dinho Zampier e umas guitarras matadoras do meu compadre Aldo Jones. Baixe o disco aqui.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

terça-feira, 28 de agosto de 2012

MC+20 no Rock Cordel Maceió



Oi de novo! Depois de uma pré-estréia bem massa em Arapiraca, no encerramento da Semana Audiovisual, vamos apresentar o show Marcelo Cabral +20 no palco do Posto 7, Praia de Jatiúca, na noite de sábado 15 de setembro, dentro da programação do Festival Rock Cordel Maceió.

Este ano, o Festival Rock Cordel vai acontecer nas cidades de Teresina, Recife e Maceió. Uma iniciativa Banco do Nordeste, executado em nossa bela capital pelo pessoal do Popfuzz Coletivo, galera que não deixa a peteca cair nem o rock morrer nessas paragens.

Os shows vão rolar entre os dias 13 e 15 de setembro no Posto 7. Nós tocamos na última noite, às 21:00h, e não cheguem tarde porra, os shows começam às 17:00h, e tem uma pá de banda daqui e de outros estados. Então pra quem sempre reclama que não rola nada em Maceió, ainda mais de graça, prestigiem!!!

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Maceió Rock 90


Eduardo Quintela ao vivo no FMI.
E no princípio, era o Living in the Shit...

A história do rock nos anos 90 em Alagoas, especialmente em Maceió, começa sem dúvida com o Living in The Shit, banda de origem no hardcore e importante naquele cenário tão enérgico e frutífero da pequena capital à beira mar. Não só por terem se destacado ao cruzar fronteiras tocando por vários estados e regiões, e na TV em rede nacional, etc. mas pela diversidade que aquele som e aquela atitude dos caras traziam. Era o fim da era “turma do metal contra turma dos punks”, e veio o tempo do crossover, da mistura, do encontro, que sem dúvida, influenciou outros grupos contemporâneos em Maceió como Ball, Mental, Dread, Santo Samba e outras tantas bandas alagoanas.

Além de tudo isso, o pessoal do Living, sobretudo o Eduardo Quintela e sua guitarra alucinante, tiveram participação fundamental na construção de uma sonoridade que viria a caracterizar o manguebeat, ou ainda um pré-manguebeat. Ao lado da banda Eddie, notórios olindenses que, dada a proximidade, quase integram esta cena alagoana, rodaram um bocado na AL 101 Norte tocando em Maceió, Recife e Olinda. O Gastão Moreira, ex-Vj da Mtv, afirmou em apresentação do Living in the Shit no programa Musikaos, da Rede Cultura, que Eduardo era “o melhor guitarrista wah-wah do país”. A banda lançou várias fitas demo como “The World Ass Rock”, “Quentura” e o primeiro, único e indispensável álbum, “Chá Magiológico”! Os punks de Maceió (!?) na época detestavam o Living. Eram “traidores do movimento”, eles diziam. Ainda bem!


               Galera de Maceió no show do Living em Olinda. Nascimento do Rec-Beat.

Oi, oi, oi!!!

Falando em punks conservadores e turma do metal, duas bandas são emblemáticas nesse sentido em Maceió e nos anos 90: Misantropia e Morcegos. Verdadeiras instituições, estandartes, autarquias ao representarem o hardcore (de verdade, diriam alguns) e o metal extremo (ou extremista, diriam outros). Misantropia e Morcegos são bandas que nunca vão terminar, nunca vão fazer sucesso, nunca poderão parar com isso ou mesmo se preocupar em serem esquecidas ou lembradas. Afinal, aquilo ali que é a mais autêntica expressão artística, descomprometida, livre, verdadeira! Acho que os Morcegos já vão pra mais de 20 e tantos anos de banda (ou mais) e recentemente o Misantropia lançou um CD com todos aqueles clássicos do punk alagoano, depois de todo esse tempo.

“Open the Door... Avoidêêêêê”

Nenhuma das bandas citadas até agora tinha o prestígio e a popularidade do Avoid na Maceió daqueles tempos, grupo que oscilava entre o thrash metal quando queriam ser pesadões, e o hard rock farofa quando pensavam em ser pop. A música que levava o nome da banda era cantada em uníssono pelo público numeroso, com direito até ao isqueiro aceso e mãos para o alto, algo imitado das transmissões da Rede Globo de grandes eventos internacionais como Rock’n’Rio e Hollywood Rock. O batera dessa banda, Enio Luciano, é outro personagem importante daquela história toda. Dono da Rock Shop, no centro de Maceió, Enio era responsável pelo comércio de vinis e CDs que víamos apenas em revistas como Rock Brigade e Bizz (não tinha Google amigo, nem Myspace), e vendia também um bocado daquelas camisetas pretas de bandas gringas. Além disso, Enio produzia a maioria dos shows de rock com artistas locais e atrações maiores de fora do estado como Raimundos e Sepultura, por exemplo. Opiniões divergem a este respeito, mas pra mim, o cara foi um baita empreendedor do rock! Já o guitarrista do Avoid, Raphael, atualmente faz parte da dupla sertaneja Raphael e Gabriel. O baixista Myro Rodrigues continua a ser o que sempre foi pros seus amigos: Um cara fodão e figuraça!

Acendendo lampiões

    Mental ao vivo: Alvinho, Felipe, Douglas, Eu e Maurício.

Havia certa efervescência em Maceió naqueles anos 90, muitos turistas, gringos, verões lotados, muitas baladas, luais e lugares para tocar com sua banda (comparado com hoje, tinha uma porrada de lugares pra tocar com sua banda). Havia hits de fitas demo como “Avoid”, já citada, “Quentura” do Living in The Shit, “Último Dia do Rio” do Ball, “Só”, do Mental, minha própria banda naqueles tempos, e, é claro, “Nobody Knows Smith”, dos quase-britânicos 70th Blight, grupo que agitou um intercâmbio importante com cenas de outros estados ao realizarem o Festival Acendedor de Lampiões em Maceió, nome que faz referência ao poema do alagoano Jorge de Lima. Com isto, os caras do 70th Blight trouxeram para a cidade várias bandas de todos os lugares, como o Oito, de São Paulo, que viria a tocar em Alagoas outras vezes e manter contato e produção de longo prazo com os músicos da nossa cena local.
                                      
Oito ou oitenta

Foram os membros daquela banda, Oito (Thiago Nistal, Fipa Vasquez, André Corradi, André Lima, Felipe Nistal), que receberam em suas casas em São Paulo, no começo dos anos 00, as primeiras incursões dos artistas sobreviventes daquela cena de Maceió dos anos 90. A busca por novos rumos levou muitos de nós para a cidade onde os caminhos da música costumam tantas vezes levar. Entre eles, Sonic Junior, formado por Juninho, ex-baterista do Living in The Shit, e pelo ex-guitarrista do Ball, Aldo Jones, que hoje toca comigo no Coisa Linda Sound System. Essa galera do Oito também foi um porto seguro em Sampa para o ex-vocalista do Ball, Wado, que também iniciara um projeto solo em parceria com o ex-guitarrista do Mental, Alvinho Cabral, atualmente no Fino Coletivo. Thiago Nistal e André Corradi gravaram e tocaram com Wado ao vivo, e a galera toda do Oito participou em São Paulo das gravações do meu primeiro trabalho depois do Mental, “Marcelo Cabral e Trio Coisa Linda”, e sou muito grato a eles por isso. São grandes amigos. Hoje e sempre.


                               Ball ao vivo em 1998. O baixista Renato e Wado.

Outras bandas importantes surgiram como Mopho e Xique Baratinho. Mas os anos 90 chegaram ao fim, e com o final da década, a maioria das bandas daquele período também encerrou suas atividades.

Ficaram as canções e os novos projetos que nasceram dali. Agora, é uma nova história.

Despeço-me por aqui com uma das canções que ficaram. E só.  

                         SÓ - MARCELO CABRAL +20

Foto 1 por Marcelo Albuquerque. Foto 2 cedida por Paula Padilha. Foto 3 por Eduardo Proffa. Foto 4 por Erika Moraes. 

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Pré-estréia Marcelo Cabral +20 em Arapiraca


“Público presente, animado, e Marcelo Cabral (Coisa Linda Sound System) subiu no palco e fez um showzão em comemoração aos seus 20 anos de carreira musical. Com uma banda nova composta por Felipe Gomes (bateria) e Melinna Guedes (guitarra), ele tocou músicas de todas as épocas, do Mental, Coisa Linda, e outras cositas mais... O show foi rock!”. Jornalista e músico Rodolfo Lima para o site do Popfuzz Coletivo. 



Noite linda (e fria) na pré-estréia do nosso show em Arapiraca, no encerramento da Semana Audiovisual. Obrigado ao Popfuzz Coletivo pelo convite e parabéns pela produção, ao público que compareceu, comprou discos e curtiu o show, ao Janu Leite que tocou na mesma noite e colocou todo mundo pra dançar, e especialmente a minha banda, Melinna Guedes e Felipe Gomes, que mandaram o rock pra cima e com força. Bom trabalho e até a próxima em Maceió!

terça-feira, 7 de agosto de 2012

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Marcelo Cabral +20


Compositor Marcelo Cabral comemora vinte anos de carreira em novo show


* Por Rodolfo Lima

O compositor alagoano Marcelo Cabral, baixista e vocalista do Coisa Linda Sound System, comemora em 2012 seus 20 anos de carreira musical. Com nova banda, formada pelo baterista Felipe Gomes e a guitarrista Mel Guedes, Marcelo Cabral apresenta um show comemorativo com canções que marcaram sua trajetória de três discos nos dez anos do projeto Coisa Linda, além de um disco e três demos com o Mental, seu grupo nos anos 90.

A pré-estréia do novo show, em parceria com o Coletivo Popfuzz, acontecerá na noite de 28 de julho, no encerramento da Semana Audiovisual de Arapiraca –Seda, dentro das comemorações de 20 anos de carreira do compositor. Os shows seguem durante o segundo semestre de 2012. Nos eventos, será possível adquirir toda a discografia do compositor e de seus projetos na Banquinha Popfuzz, além de uma edição comemorativa do disco Marcelo Cabral e Trio Coisa Linda (2005).     

Apesar de ter começado nos palcos com a banda Taxidermia, em 1990, o show apresenta material dos últimos 20 anos, compreendendo o período entre as últimas gravações do Mental e o mais recente disco do Coisa Linda Sound System. Com roupagem mais rock, o set conta com músicas como “Baião de 2” e “Pé de Carambola”, do primeiro trabalho, Marcelo Cabral e Trio Coisa Linda (2005), “É Bom”, do disco Da Vida e do Mundo (2009), e canções mais antigas como “” e “História de Hoje”, dos tempos do Mental, além de material inédito e versões de artistas que influenciaram a musicalidade do compositor.



Quem já conhece o trabalho de Marcelo Cabral poderá revisitar canções conhecidas em versões cruas e diretas com uma formação power trio. Para quem ainda não conhece o trabalho do compositor, o novo show é uma boa oportunidade para conhecer a obra de um artista que já deixou sua marca na música autoral alagoana. Com o Coisa Linda Sound System, Cabral passou por palcos importantes da música independente brasileira como Sesc Pompéia em São Paulo, A Obra em Belo Horizonte e Rua da Cultura, em Aracaju, além de tocar em festivais como Grito Rock Recife, Grito Rock Arapiraca e Maionese, em Maceió.

Com o novo projeto solo que revisa sua carreira, Marcelo Cabral apostou em uma formação simples, direta, com uma banda rock que demonstra um retorno às origens do artista, de guitarras distorcidas e vocais agressivos. De volta ao básico.

Simultaneamente às comemorações dos 20 anos de carreira musical, Marcelo Cabral está trabalhando em novo projeto com o Coisa Linda Sound System, batizado “Dublado”. A banda, que completa 10 anos na ativa, deve voltar em breve aos palcos para apresentar o novo trabalho ao público.

* Rodolfo Lima é jornalista, músico e integra o Núcleo de Comunicação do Coletivo Popfuzz

Serviço:
Arapiraca: Pré-estréia do show Marcelo Cabral +20, no encerramento da Semana Audiovisual de Arapiraca – Seda. Praça Luiz Pereira Lima, Arapiraca/AL - 20:00 h – Gratuito.
Contatos: Coletivo Popfuzz – popfuzz@gmail.com
Marcelo Cabral marcelaocabral@gmail.com     

sábado, 21 de julho de 2012

Coisa Linda Sound System - Dublado Sessions


Estamos entocados em estúdio, elaborando o novo projeto do Coisa Linda Sound System: Dublado.

Devemos colocar este bloco na rua em 2013. O lançamento do show Dublado vai marcar também os 10 anos do projeto Coisa Linda.

Até lá, algumas fotos por aqui, talvez um vídeo bem simples logo mais. Vamos soltando as coisas nos nossos espaços online a medida que formos elaborando o novo som, de forma que, a quem interessar possa :) acompanhe nosso processo de criação por aqui. Té!









quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Teló, BBB e a “patrulha do bom gosto”


“Tenho enorme receio quanto a essa patrulha do ‘bom gosto’ envolvendo música”. Com estas palavras, em seu twitter, o talentoso músico e produtor paulistano Daniel Ganjaman, do núcleo de produção musical INSTITUTO, disse exatamente o que eu estava pensando naquele momento. Nem sei sobre o que exatamente Ganjaman estava falando, mas mandei retweet na hora, dado a alvoroço sobre a “polêmica” manchete de capa da revista Época, que vendia Michel Teló como queridinho da classe média brasileira, o que parece ter ofendido a parcela que se considera mais “pensante” deste mesmo segmento.

Cara, você não gosta da música do Michel Teló? Grande coisa, também não gosto, então, desliga o rádio, muda a estação ou coloca o teu mp3 do Chico Buarque pra tocar no som chic do seu carro, meu bem! Não gosta de BBB? Então, C@%*#¨! Muda de canal, e não enche o saco!

Ao bem da verdade, como muita gente que não acompanha este gênero de música, eu também soube de Michel Teló quando vi o garoto estampado na capa da Época, enquanto procurava minha edição mensal da revista Vertigo. Só fui escutar, de verdade, a tal música, muito depois de escutar as indignadas reclamações sobre a canção do rapaz. Coisas incríveis como “isto devia ser proibido”, ou “onde este país vai parar?” e um sem número de posturas deste tipo. A meu ver: Elitistas e preconceituosas, por mais eu que defenda o direito das pessoas manifestarem suas opiniões democraticamente e tal. Afinal, estou fazendo isto agora.

Quanto à música em si, pensei que encontraria uma verdadeira ode ofensiva contra a moral, os bons costumes, e a civilização ocidental como um todo... já estava quase gostando do sujeito. Imagine minha decepção ao encontrar uma dessas canções facinhas e inofensivas, projetadas pra dar certo e colar como chiclete na cabeça e nos quadris do belo povo brasileiro. Super pop. Sucesso total. Qual a surpresa nisso?

Fico pensando que muita gente desta suposta “elite intelectual” poderia colocar suas brilhantes cacholas para pensar coisas mais importantes, em construir soluções para problemas mais relevantes, se é que Teló é problema, eu não acho. Só o setor cultural mesmo, por exemplo, tem várias questões práticas para serem pensadas hoje no país e regionalmente. Muitas das pessoas da “patrulha do bom gosto” reclamam de pagar 20 ou 30 reais para assistir espetáculos de artistas e autores locais, que eles consideram “de qualidade”, em suas cidades, mas estão preocupadas com o que o pessoal escuta no rádio ou assiste na TV.

O mal televisivo do século

Sobre o Big Brother Brasil, mal começou a edição deste ano, já começa a chover emails na minha caixa de entrada. De “intelectuais” indignados com a pobreza de conteúdo, da baixaria, da banalização disso e daquilo, blá, blá, blá.

Pessoal. O BBB esta em sua DÉCIMA SEGUNDA EDIÇÃO (12ª) no Brasil. De novo a pergunta: Qual é a surpresa???

É um formato que vingou totalmente na televisão mundial do reality show. A idéia de colocar alguns humanos como ratos de laboratório em um daqueles pequenos labirintos de vidro funcionou. Os outros formatos televisivos passavam por certo desgaste, etc e tal. Alguém surgiu com este formato. Deu certo. Pimba! Enquanto o povo gostar, o pessoal da TV ganha sua grana, os anunciantes vendem seus produtos, quem gosta de assistir tem sua diversão, e todo mundo fica feliz. Fim da história. A mesma coisa com o Michel Teló, o menino tem uma super produção, esquemão profissional, deve estar empregando um monte de gente, de roadie a técnico de som, ao ambulante que vende um rango de rua na saída do show dele. Enfim, deixem o menino ganhar seu dinheiro em paz caramba!

Resumindo então. Meu recado pra “patrulha do bom gosto” é viva e deixe viver meu caro. Escute e assista o que quiser, o controle remoto é sua maior arma, mas não seja o ditador do gosto dos outros. Ou como dizia o poeta, “cada um no seu quadrado”. Se quiser chorar as pitangas do mau gosto nacional, faça isso entre os seus, durante o chá das 17:00h, mas não fica entupindo as redes sociais e indefesas caixas de emails da gente humilde e trabalhadora como eu, de “menas leitxura”, que, certamente, não precisa de sua ação vigilante para nos defender dos males da cultura de massa contemporânea.

O caso Veríssimo

Este, pra mim, foi o cúmulo do patrulhamento, do tipo mau-caráter e mentiroso. Papo de falsidade ideológica. Vejam só. Os patrulheiros chegaram ao ponto de criar textos e perfis fake de personalidades para dar credibilidade a sua propaganda anti-mau-gosto e anti-BBB. O Luís Fernando Veríssimo, conta, via Blog do Noblat, sobre o tal texto atribuído a ele, que não é de sua autoria, mas assinado como sendo dele e que circula na rede, criticando o BBB. No blog, ele diz que as pessoas não se conformam quando ele esclarece que não escreveu aquilo. Muito engraçado. Vale à pena conferir aqui.

Quando digitei o nome do escritor Veríssimo e do popular programa televisivo na busca do Google, o resultado mostrou o texto falso atribuído a Veríssimo, que desce a marreta no BBB, postado e re-postado com orgulho paladino em diversos sites, na sua maioria, religiosos. Parece que finalmente, “intelectuais” e religiosos encontraram uma luta em comum para partilhar. Que Deus tenha piedade de nós.

(Crédito da imagem: G. Kapustjanskiy / CC-BY-SA 3.0. Fonte: Wikimedia Commons - "Soviet soldiers in Great Patriotic War").

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Revista Overmundo

Nesta Edição, leia minha matéria sobre a Mulher da Capa Preta, personagem da popular lenda urbana do Cemitério da Piedade, em Maceió. Baixe a revista aqui.

A Revista Overmundo é uma publicação bimestral semitemática. Com versões para diferentes dispositivos de leitura digital, suas páginas apresentam um vasto e colorido panorama da cultura brasileira.