sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Rochedo de Penedo!




































Olá! Depois de um hiato sem postar nada por aqui, graças a um período de muito trampo e pouco tempo, retomo minha conversa fiada, meu papo furado, nestas páginas onde poucos e bons se interessam por minhas lorotas sobre minha banda, literatura, quadrinhos, cinema, música, viagens, ou o que porra der na telha.

Nesse meio tempo, o Coisa Linda Sound System se dividiu entre finalizar a Turnê Da Vida e do Mundo (2009/2010) e as gravações de Rochedo de Penedo (2010), nosso terceiro disco, recém saído do forno.


























O disco foi lançado em um belo evento no Teatro Linda Mascarenhas, em 18/12/10, onde tocamos para um auditório lotado de pessoas interessadas em nossa música, e que espero, tenham curtido tanto aquela apresentação quanto nós quatro da banda (vídeos do lançamento nos últimos posts abaixo). Este show também marcou a estréia de nosso novo batera, Felipe Gomes, que substitui o Peixinho, grande amigo e músico, que deixa as baquetas do grupo tendo prestado grandes serviços, tomado muitas cervejas e dado muita risada, nessas nossas tocadas por aí, na vida e no mundo.

Rochedo de Penedo também marca a chegada do Dinho Zampier para o núcleo criativo da banda. No primeiro disco, Marcelo Cabral e Trio Coisa Linda (2005), apesar da co-produção do Aldo, foi um processo bem solitário para mim, apesar de contar com diversas participações de amigos, grandes músicos, que ajudaram a construir aquela sonoridade. Em Da Vida e do Mundo (2009), nosso segundo trabalho, já como Coisa Linda Sound System, o Aldo Jones passou a integrar este núcleo comigo. Com Rochedo de Penedo (2010), agregamos o Dinho neste processo, o que enriquece nossa música, tornando ainda mais diversificados os nossos horizontes de composição. Músicas como Grude, uma das minhas preferidas, e Rochedo de Penedo, que dá nome ao disco, são composições do Dinho, que também assina parcerias comigo e Jones, como Gravidade, outra música que gosto muito. (clique nos links para baixar).















O disco tem como paisagem o Rio São Francisco e a cidade histórica de Penedo, aqui em Alagoas. Não só Penedo, mas toda nossa região banhada por este rio incrível. Tenho uma forte ligação com esta paisagem/povo/cultura, que faço questão de visitar sempre que posso, e que inspirou as canções e temas instrumentais deste disco.

Regional? Por qva?

Um grande desafio, ao escrever e elaborar o conceito do disco era não cair em um “regionalismo” óbvio, cheio de tambores e pandeiros, macaqueando, papagaiando (no sentido de imitação), uma cultura ribeirinha, linda, que admiro, mas que não faz parte da minha formação musical de cara da capital, e que não soaria real. Trabalhamos um disco de música contemporânea, universal, com referências sutis que remetem à paisagem em questão. Acredito que a arte não precisa ser óbvia. Pelo contrário, degustada, digerida, entendida de forma subjetiva e aos poucos por cada um, e que cada um tire suas conclusões. Mas acho muito estranho quando chamam nosso som de regional. Bom, Vamos lá...

O samba carioca é regional? Não né? É carioca! Música baiana é música baiana, não é regional, certo? Então o que é esse tal de regional?

Pra mim soa como um termo preguiçoso e quase pejorativo, como “paraíba” pra designar “nordestino”, outro termo que também não gosto, me parece jogar tudo no mesmo saco, o que me remete a este debate que levantei no artigo “Pelo Fim do Nordestino”, publicado no Overmundo. Leia e diga o que acha.

É uma forma bem american way de pensar. É como a entrega do Oscar certo? De "Melhor filme estrangeiro". Ou seja, o que é americano é universal, todo o resto é periférico, exótico, latino, asiático, "regional".

Bom, muito tempo sem escrever, já falei demais, volto depois com outras puias e glosas. Até lá!

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